domingo, 30 de novembro de 2008

Meio perdida...

Sexta feira, dia 26 de Novembro.
Aparentemente, um dia como os outros. Como de costume, acordei com uma sms do mais que tudo, que me deixa sempre com um sorriso parvo na cara.
Saio de casa para ir trabalhar e começo a escrever a sms do costume para ele, a dizer que já vou no metro e mais umas coisinhas, próprias de quem ama muito alguém, e é correspondido.
Acontece que...
Por qualquer razão que não consigo, apesar de muito pensar nisso, explicar, dou por mim, ainda sem ter mandado a sms, com as lágrimas a escorrerem-me pela cara abaixo, em pleno metro de Lisboa, as 10 da manhã, cheio de gente.
Senti uma angústia tamanha, senti-me tão sozinha no meio de tanta gente, tão perdida, que não me consegui controlar, e as lágrimas escorreram sem que nada pudesse fazer para as parar. Saudades? Tristeza pela distância que me separa dele? Seria pela antecipação de quem sabe ir fazer uma grande mudança na minha vida, deixar o meu país e toda uma vida a que estou habituada? Não consigo explicar, talvez tudo junto.
Apenas consegui parar de chorar quando saio na estação do costume e o frio que se faz sentir na rua me fez encolher dentro do casacão.
Na mercearia onde, na rua onde trabalho, compro pãozinho quente todos os dias para o pequeno almoço, entro e dou de caras com um bebé lindo, que ao entrar, me dá o seu melhor sorriso e me estende os bracitos pequeninos. Dou-lhe um dedo que ele segura por uns segundos, até a mãe lhe dar uma bolacha, a que se dedica em exclusivo.
Enquanto espero que embrulhem o pão para finalmente ir trabalhar, penso:
Fogo, Ana Maria, és mesmo estúpida!
E pronto, bastou um mini-homem que nunca tinha visto antes e quem sabe nem voltarei a ver para mudar o meu estado de espírito.
Aparte os olhos inchados, ninguém diria que a mulher que desceu o resto da rua até ao nº 41 era a mesma que a desceu até ao n.º 63...

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